segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Descarte de eletrônicos precisa de controle



O CDI é uma organização não-governamental que recebe doações de máquinas velhas para montagem de escolas de informática em entidades de assistência a carentes. Muitos já ouviram falar de termos como spam ou lixo eletrônico, aquele sem-fim de mensagens inúteis com propagandas, correntes e malas diretas virtuais que entopem as caixas de correios. É um problema que afeta o cotidiano dos usuários da Internet, e é suficiente para causar alguma irritação, principalmente quando, junto com a chateação, vem um vírus embutido no e-mail. Mas existe um outro tipo de lixo surgido com a evolução tecnológica e a atualização periódica de equipamentos como computadores e telefones celulares que pode trazer danos bem mais sérios que a chateação causada por um e-mail indesejável. É a sucata eletrônica, formada pelos restos das máquinas que hoje ficam obsoletas em períodos cada vez mais curtos.


O que você faz quando seu celular estraga?

Em muitos casos, mandar para o conserto pode sair mais caro que comprar um novo. E o que acontece com o aparelho estragado ou com aquele que ficou “antigo'? A maioria das pessoas simplesmente joga fora. Agora pense num país inteiro agindo dessa forma e imagine o tamanho da montanha de lixo. O rápido avanço tecnológico, apesar de tornar nossas vidas cada vez mais cômodas, está causando um aumento meteórico do volume do que chamamos de lixo eletrônico no planeta. Sabe o que é pior? Aparelhos eletrônicos normalmente contêm metais pesados e outras substâncias tóxicas, que podem contaminar o solo, as águas e o ar.
O mundo joga fora, anualmente, 50 milhões de toneladas de lixo originado de equipamentos eletrônicos. No Brasil, só de baterias para celular, pelo menos 11 toneladas são jogadas no lixo comum. Isso sem falar nas pilhas. O destino do lixo eletrônico, além de não ser adequado, está prejudicando países em desenvolvimento.
Enquanto as grandes potências mundiais produzem computadores, eletrodomésticos e celulares de última geração, o lixo resultante de toda essa tecnologia vai poluir o meio ambiente de quem pode menos. Isso porque os países ricos 'exportam' seu lixo eletrônico para os países em desenvolvimento, que se utilizam dele para movimentar a economia por meio da extração de elementos, como circuitos eletrônicos e alumínio. Mas essa prática, na maioria dos países, ocorre sem regulamentação e fiscalização adequadas, causando sérios danos ao meio ambiente e à saúde da população.
As autoridades, governos e, principalmente, os fabricantes desses produtos ainda não despertaram para o resultado dessa falta de destinação correta para o acúmulo do despejo advindo da vida moderna. Contaminação do solo, da água e, conseqüentemente, dos alimentos, estão entre os sérios resultados do descaso. Mercúrio, níquel, cádmio, arsênico e chumbo são alguns dos metais pesados que podem causar danos ao sistema nervoso, edemas pulmonares, osteoporose e câncer, além de serem nocivos ao meio ambiente.
No Brasil, o “puxão de orelhas” veio do Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente - que, por meio da Resolução 257, tornou lei a destinação correta de pilhas e baterias, obrigando os fabricantes, importadores, redes autorizadas de assistência técnica e comerciantes a implantarem mecanismos de coleta e de responsabilidade sobre o material tóxico que produzem. Quem não cumprir as regras poderá arcar com multa de até 2 milhões de reais.

Mas... onde NÓS vamos jogar nosso lixo eletrônico?

A primeira providência quanto ao descarte de aparelhos eletrônicos é entrar em contato com o fabricante para saber qual o melhor procedimento para devolvê-los, caso ele esteja disposto a recebê-la de volta. O ideal é que esse lixo seja enviado em uma embalagem adequada. Os fabricantes poderão reciclar e reaproveitar plástico ou metais pesados, exportá-lo ou, ainda, mandá-lo para aterros especiais.
O CDI - Comitê de Democratização da Informática, por exemplo, é uma organização não-governamental que recebe doações de máquinas velhas para montagem de escolas de informática em entidades de assistência a carentes.
Com esse objetivo, a ONG ganhou uma função inesperada: adiar o problema do lixo tecnológico. O Comitê, que atua em 19 estados brasileiros, recebe anualmente cerca de 4,5 mil equipamentos, dentre eles CPUs, impressoras e monitores. Cerca de 70% das máquinas que chegam são reaproveitadas nos programas da organização, que já formaram 62 mil alunos em disciplinas ligadas à informática.
O CDI aceita doação de qualquer peça de computador, além de aparelhos celulares, baterias e carregadores. Por um sistema de rastreamento, o Comitê fornece ao doador do equipamento o nome da instituição beneficiada com a sua doação. Caso o equipamento doado não sirva para reaproveitamento, o mesmo é enviado para reciclagem para ser utilizado de outra forma.
Portanto, conscientize-se e não jogue lixo tecnológico em qualquer lugar. Vá até uma loja autorizada ou  ligue para o CDI e se informe melhor sobre doação. O que é lixo para você, pode ser instrumento de aprendizagem para crianças carentes e, principalmente, a certeza de um futuro menos poluído.
Domingo, 12 de Agosto de 2007

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